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Obesidade: Atualizações nas Diretrizes e Abordagens Terapêuticas
A obesidade é uma das condições de saúde mais desafiadoras do século XXI, sendo reconhecida como uma doença crônica e multifatorial. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que, até 2025, 2,3 bilhões de adultos estarão com sobrepeso e mais de 700 milhões apresentarão obesidade.
Diante desse cenário, abordagens terapêuticas eficazes são fundamentais para a prevenção e tratamento da obesidade, considerando não apenas a restrição calórica, mas também aspectos metabólicos, comportamentais e ambientais.
Epidemiologia da Obesidade
No Brasil, a obesidade cresceu 67,8% nos últimos 13 anos, sendo que a maior taxa de crescimento foi entre adultos de 25 a 44 anos. Atualmente, 20,7% das mulheres e 18,7% dos homens são obesos. Além disso, 12,9% das crianças entre 5 e 9 anos apresentam obesidade, assim como 7% dos adolescentes.
Diretrizes Atualizadas para o Tratamento da Obesidade
As diretrizes brasileiras para o manejo da obesidade são fundamentadas na Associação Brasileira para Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica (ABESO) e seguem recomendações internacionais, como as do American College of Cardiology/American Heart Association (ACC/AHA).
1. Estratégias Nutricionais
Diversos modelos alimentares são utilizados para o manejo da obesidade, incluindo:
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Dieta Low Carb (50-100g CHO/dia): prioriza proteínas e gorduras, reduzindo a ingestão de carboidratos.
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Dieta Cetogênica (>65% de lipídios do VET): promove cetose e é eficaz na perda de peso em curto prazo.
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Time-Restricted Feeding (TRF): alimentação em janelas de tempo reduzidas, geralmente 16:8 ou 18:6.
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Very Low-Calorie Diet (VLCD): restrição severa de calorias (500-800 kcal/dia), aplicada sob supervisão clínica.
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Dieta Plant-Based: rica em vegetais, frutas, leguminosas e grãos integrais.
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Dieta Mediterrânea: a com melhor eficiência pensando em manutenção após o peso perdido.
2. Exercício Físico
A recomendação é de pelo menos 150 minutos de atividade aeróbica moderada por semana, com a inclusão de treinamento resistido para preservação da massa muscular. Estratégias como aumento da termogênese não associada ao exercício também são fundamentais. Isso é possível incluindo mais movimento a sua vida: troque elevadores por escada, caminhe em pequenos trechos, deixando o carro em casa, faça caminhadas ao ar livre, dance.
3. Abordagem Comportamental
A obesidade não deve ser tratada apenas como um desequilíbrio energético. Estudos apontam que aspectos comportamentais, como regulação emocional e padrões de sono, são essenciais para o sucesso no emagrecimento a longo prazo. Técnicas de Mindful Eating e Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) vêm sendo cada vez mais incorporadas nos protocolos de tratamento. Procure profissionais capacitados para auxiliar no seu processo de mudança comportamental.
4. Tratamento Farmacológico
O uso de medicamentos pode ser indicado para pacientes com IMC ≥ 30 kg/m² ou IMC ≥ 27 kg/m² com comorbidades associadas. Dentre as opções disponíveis, destacam-se:
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Orlistate: inibidor de lipase gastrointestinal.
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Liraglutida e Semaglutida: agonistas do GLP-1 que promovem saciedade e melhoram a resistência insulínica.
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Sibutramina: age na inibição da recaptação de serotonina e noradrenalina, auxiliando no controle do apetite.
Procure um bom endocrinologista ou gastroenterologista ou hepatologista para dar suporte medicamentoso ao tratamento da obesidade.
5. Cirurgia Bariátrica
Indicação para pacientes com IMC ≥ 40 kg/m² ou IMC ≥ 35 kg/m² com comorbidades. A cirurgia não deve ser vista como a única solução, mas sim como parte de um tratamento contínuo que inclui reeducação alimentar e acompanhamento multidisciplinar. Lembre-se de que é importante mudar o comportamento alimentar.
Conclusão
A obesidade é um problema complexo e requer um tratamento multidisciplinar, combinando estratégias nutricionais, comportamentais e, quando necessário, farmacológicas e cirúrgicas. O sucesso no manejo do peso depende da personalização das estratégias de acordo com as necessidades individuais do paciente.
Para mais informações e diretrizes detalhadas, recomenda-se a consulta às diretrizes da ABESO e ACC/AHA.
